A Secretaria da Agricultura do Distrito Federal (Seagri-DF) divulgou uma série de medidas para evitar a entrada da influenza aviária no Distrito Federal. Entre as ações imediatas, citadas na Portaria Nº 17, de 14 de março de 2023, estão a proibição, por no mínimo 90 dias, de qualquer aglomeração com participação de aves no DF e a recomendação do fechamento de aves criadas em piquetes.
Recentemente, foram identificados casos de influenza aviária de alta patogenicidade em diversos países da América do Sul, inclusive muitos que fazem fronteira com o Brasil. Quando presente, a influenza dissemina-se de forma muito rápida, ocasionando a morte das aves e imensos prejuízos para produtores e para a economia. “O Brasil hoje ocupa o status de maior exportador de carne de frango do mundo. No Distrito Federal a avicultura é bastante expressiva. Mais de 70% do que é produzido no DF é exportado para outros países, o que mostra a importância dessa cadeia produtiva para a economia local”, afirma a subsecretária de Defesa Agropecuária da Seagri-DF, Danielle Araújo.
Com a publicação da Portaria, a participação de quaisquer espécies de aves em eventos agropecuários, encontros, torneios e exposição de aves ornamentais e outras aves fica proibida por no mínimo 90 dias no Distrito Federal. Inclusive, os eventos já registrados ficam cancelados, e as aves que participaram de eventos agropecuários em outros Estados ficam impedidas de retornar ao DF. “Essas medidas são fundamentais nesse momento para prevenir a entrada do vírus da influenza aviária no nosso território, visto que estamos em pleno período de migração de aves do Hemisfério Norte para a América do Sul”, esclarece Danielle.
Outra medida divulgada pela Seagri-DF é a recomendação de que as aves criadas em piquetes sejam mantidas no ambiente interno do aviário, a fim de evitar o contato com aves de vida livre. “Impedir o contato de aves criadas em granjas com aves silvestres é uma das formas de conter a disseminação da doença. E, nesse aspecto, contamos muito com a sensibilização e apoio dos produtores rurais”, destaca a subsecretária da Seagri-DF.
Além das medidas publicadas, a Seagri-DF vem adotando uma série de ações para garantir a sanidade das aves do Distrito Federal. A Defesa Agropecuária da Seagri-DF possui um cadastro robusto de propriedades rurais e de aves alojadas no DF, e realiza a vigilância constante nessas propriedades.
Somado às ações rotineiras de vigilância nas propriedades rurais, a Seagri-DF iniciou em 2022 uma vigilância ativa com sorologia nas granjas de aves tecnificadas, e neste ano será iniciada a vigilância com sorologia nas granjas não tecnificadas. “O foco será nas propriedades que possuem fontes de água que podem servir de pouso a alguma ave. Não temos ave migratória que venha de outro país para cá, mas temos rotas nacionais de aves, que precisam ser monitoradas”, afirma a gerente de Saúde Animal da Seagri-DF, Janaína Licurgo.
A gerente da Seagri-DF esclarece que o inquérito sorológico nas granjas de aves tecnificadas já foi concluído. As amostras foram encaminhadas para exames no laboratório oficial São Paulo. “Até o momento mais de 70% das análises já foram processadas, e os resultados são todos negativos para influenza aviária e NewCastle, duas doenças importantes no plantel”.
Em acréscimo às medidas adotadas para evitar a entrada da influenza aviária no Distrito Federal, um plano local de controle da influenza já foi elaborado para o caso de ocorrência da doença. “A Defesa Agropecuária da Seagri tem um corpo técnico qualificado, inclusive com capacitação internacional, e todo o material necessário para atender situações de suspeita da doença e casos de emergência veterinária”, explica a gerente da Seagri-DF.
Mas para que a doença não chegue ao Distrito Federal e o plano de emergência sanitária funcione, é fundamental a participação dos criadores de aves. “Quem cria aves deve manter seu cadastro atualizado na Defesa Agropecuária, para que o órgão saiba exatamente o tamanho do plantel que precisa atender, norteando esse plano”, afirma Danielle Araújo. “O produtor também precisa notificar imediatamente à Defesa Agropecuária qualquer suspeita de doença nas aves”, complementa a subsecretária da Seagri-DF.
Entre os sinais clínicos a serem comunicados ao Serviço de Defesa Agropecuária destacam-se alta mortalidade, anormalidades respiratórias ou sinais nervosos de alteração nas aves. “Esses sinais precisam ser comunicados assim que percebidos, inclusive nas criações de subsistências. Isso porque no caso da influenza aviária qualquer tempo perdido pode gerar um estrago muito grande, pois a disseminação da doença é muito rápida”, alerta a gerente de Saúde Animal da Seagri-DF, Janaína Licurgo.
Outro cuidado que o produtor deve ter é com as aves que adquire para seu plantel. “Fala-se muito em galinha e ave migratória, mas temos no DF propriedades com criação de aves ornamentais, com trânsito intenso para diversos locais, o que representa um risco sanitário”, explica a gerente da Seagri-DF. O alerta é para que as pessoas não tragam, em hipótese alguma, animais de outras regiões, especialmente de fronteira com outros países que tenham casos de influenza aviária, sem a guia de trânsito animal (GTA). “GTA, atestados sanitários, todas as vacinações exigidas e avaliação da sanidade das aves por um veterinário são fundamentais no transporte de aves. Sem esses cuidados, o risco é grande de trazer um animal doente e provocar um prejuízo imenso para o país”, conclui Janaína Licurgo.